quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A HISTÓRIA LEGAL DA ACUPUNTURA NO BRASIL

1810: Imigrantes chineses aportaram no Rio de Janeiro para cultivar a lavoura do chá, trouxeram também a Medicina Tradicional Chinesa.

1898: Os imigrantes japoneses introduziram sua Acupuntura no Brasil.

1930: O diplomata Soulie de Morant introduziu a Acupuntura na Europa. Posteriormente, pelo fato de não ser medico, ele foi perseguido por alguns ex-alunos médicos.

1950: Professor Frederico Spaeth foi fazer curso de Acupuntura na Alemanha, ficou lá três anos.

1958: Frederico começou a ensinar Acupuntura para os médicos e acupunturistas brasileiros.

1966: O OIT (Organização Internacional do Trabalho) colocou acupunturista como uma das profissões da CIUO (Classificação Internacional Uniforme de Ocupações).

1972: Na Resolução 467/72, CFM rejeitou a Reflexologia e a Acupuntura como atividade medica.

1975: A Acupuntura foi regulamentada nos Estados de Nova York e Califórnia em nível multiprofissional.

1977: O Ministério do Trabalho, em convenio com o OIT e o UNESCO, definiu a profissão acupunturista sob o código N?0-79.15, na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) através do Projeto BRA/70/550. A CBO foi reconfirmada no Diário Oficial do dia 11/02/94, Seção 1.

1980: Pelo fato de não ser medico, prof. Frederico Spaeth foi destituído da presidência da Associação Brasileira de Acupuntura por seus ex-alunos médicos.

1984: O medico Mario Hato entrou com o PL3838/84 para a regulamentação da Acupuntura na Câmara dos Deputados.

1985: O Conselho Federal de Fisioterapia decidiu em 29/10/85, pela Resolução COFITO-60 habilitar os fisioterapeutas para a prática de Acupuntura sendo assim o primeiro conselho a regulamentar a acupuntura nos pais.

1986: O Conselho Federal de Biomedicina também passou a habilitar os seus profissionais no dia 3/2/86, pela Resolução n?02/86.

1986: No parecer decorrente do processo consulta 1588-28/85, aprovado em 11/3/86, o CFM rejeitou novamente a Acupuntura como atividade médica válida.

3/3/88: A CIPLAN, apos realizar varias reuniões com a presença única dos representantes da SMBA, baixou Resolução CIPLAN n? Cinco normatizando o uso de nos Serviços Públicos Médicos Assistenciais, restringindo sua pratica nas instituições governamentais para médicos. (CIPLAN que foi extinta no governo de Collor).

1989: Foi aprovado pelo Ministério do Trabalho o Sindicato de Profissionais de Acupuntura, Moxabustao, Do-In e Quiroprática do Estado de São Paulo.

1991: Foram propostos os PL935/91 de Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e o N?337 de 1991 do senador Fernando Henrique Cardoso. Todos estes projetos apresentam em comum o caráter democrático social estendendo o exercício da acupuntura para todos os profissionais da área de saúde e exigindo boa formação dos acupunturistas, determinam, por exemplo, curso de três anos com carga horária de 1.600 horas.

1991: Foi dada entrada ao projeto de lei N?383/1991 do deputado Marcelino Romano Machado (PPB-SP), que teve prosseguimento com parecer favorável do relator Nilson Gibson (PMDB-PE).

20/8/93: Relatório do seminário organizado pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária onde se recomendou o monopólio da Acupuntura pela classe medica. Tal seminário foi realizado sob condições suspeitas, pois participaram 12 médicos da SMBA, dois médicos a favor dos acupunturistas e um único profissional não medico.

13/10/93: Parecer favorável dos 12 Conselhos Federais da área de Saúde (inclusive do Conselho Federal de Medicina) ao PL383/91 onde solicitaram um fórum amplo e democrático para a sua discussão.

14/12/94: O PL383/1991 foi aprovado na Câmara dos Deputados e encaminhado para CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, sob o código PLC67/95.

11/8/95: O CFM (Conselho Federal de Medicina), com o intuito de bloquear a tramitação do PLC67/95 na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, aprovou a Acupuntura como especialidade medica. Daí em diante, os médicos corporativistas passaram a divulgar que tem o monopólio da Acupuntura e que os acupunturistas seriam presos por exercício ilegal de Medicina.

1995: O Conselho Federal de Enfermagem aprovou nas 239? Reunião Ordinária o parecer CTA n? 004/95 favorável a pratica de Terapias Naturais por profissionais de Enfermagem.

1999 - O deputado Carlos Minc (PT-RJ) consegue aprovação de um projeto de lei que institui o serviço de acupuntura na rede publica de saúde do Rio de Janeiro.

2000 - O Conselho Regional de Farmácia (CFF) disciplina a pratica da acupuntura pelo profissional farmacêutico através da Resolução CFF n? 353/00.

Mai/2000 - O substitutivo elaborado pelo senador médico Geraldo Althoff, que assegurava o monopólio da acupuntura pela classe medica, não e votado no plenário, mas enviado para a Comissão de Constituição e Justiça, onde devera receber nova redação e emendas, situação na qual se encontra ate o momento.

Jun/2000 - Apos o arquivamento da tentativa de monopólio da acupuntura pela classe medica no Senado a Sociedade Medica Brasileira de Acupuntura lança uma tentativa desesperada de confundir a população com a campanha nacional intitulada "Meu Acupunturista e Medico, e o Seu?".

2000 - A Associação Medica Brasileira divulgou nota oficial posicionando-se contra a abertura do Curso de Acupuntura para Nao-Médicos, oferecido pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro e contra o Centro Integrado de Terapias Energéticas em Recife-PE. T

2001: Foi arquivado pelo Ministério Publico de Pernambuco o processo por exercício ilegal da Medicina (motivo: ensino e pratica da acupuntura), iniciado em 1999 pela SMBA, contra o acupunturista Jose Heitor Alves Casado Filho, e a Escola de Acupuntura Centro Integrado de Terapias Energéticas - CITE.

2001 - O Conselho Federal de Fonoaudióloga disciplina a prática da acupuntura pelo fonoaudiólogo através da RESOLUÇÃO CFF n° 272, de 20 de Abril de 2001.

2001 - O Departamento Jurídico do SATOSP conseguiu uma vitória: obteve mandado de segurança contra a Prefeitura Municipal de Jundiaí que não concedia alvará de funcionamento para um consultório de Acupuntura alegando esta ser atividade privativa de médicos.

2002 - A Justiça dá ganho de causa aos conselhos de Enfermagem, Fisioterapia e Biomedicina em relação às liminares que buscavam dar efeito suspensivo às resoluções internas em relação à prática da acupuntura. As entidades médicas prometeram recorrer e o processo deve se arrastar por muito tempo.

Mai/2002 - O CFP (Conselho Federal de Psicologia), através da resolução CFP N° 005/2002 reconhece o uso da Acupuntura como recurso complementar ao trabalho do psicólogo. O CFP e o oitavo conselho federal de saúde a reconhecer a acupuntura como especialidade, o que só vem a ratificar a posição de destaque conquistada pela milenar terapia das agulhas no Brasil.

2003 - A juíza federal Dra. Vera Carla Nelson Cruz Silveira, titular da 21ª. Vara do DF julgou improcedente a cautelar do autor (CFM) contra CFBM, suspendendo à liminar.

2003 - A 23ª Vara Cível da Justiça Federal publica em D.O.E. A sentença 2003.61.00.003978-2, concedendo a primeira liminar a favor do Dr. Wu Tou Kwang, perseguido pelas denuncias da SMBA, contra um dos processos disciplinares do CRM de S. Paulo.

2003 - Publicado no Diário Oficial da União a portaria do MEC no. 239 de 24/2/03, reconhecendo os diplomas dos alunos do curso de Acupuntura e Shiatsuterapia da Universidade Estácio de Sá.

2003 - Acontece o I Congresso dos Fisioterapeutas Acupunturistas da SOBRAFISA, em Uberlândia, Minas Gerais.

2003 - O desembargador do TRF-DF, Dr. Daniel Paes, como relator, derrubou a liminar obtida pelo CFM que cassava o direito dos psicólogos de utilizar a Acupuntura. 2003 - Resolução No. 69/03, o CONFEF reconhece Acupuntura como recurso científico complementar para Profissional de Educação Física. 


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pacientes com Câncer recebem atendimento com Florais de Bach

O Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), oferece aos pacientes com câncer um tratamento bem diferente a que estão acostumados. Aliada à medicina convencional, a terapia floral é utilizada na busca do equilíbrio emocional e melhor qualidade de vida dos pacientes.

Com a utilização de diversos sistemas florais totalizando 295 essências de flores silvestres, a especialista em terapia floral da UFPE Rosângela Vecchi, voluntária do HC, trata, não a doença, mas suas causas e reações emocionais manifestadas por ela. "Tenho que conhecer a história de vida do paciente, como ele reage à doença, os traumas, as dores físicas, mentais e emocionais. Só assim, escolho a essência adequada a cada um", explica. Essas essências são ligadas a quatro sistemas (Califórnia, Bach, Saint Germain e Pacífico) o último trabalha também os meridianos correspondentes a órgãos específicos do corpo.

No Serviço de Oncologia do HC, a terapia floral objetiva aliviar o sofrimento do paciente com qualquer tipo de câncer e em qualquer estágio. "São comuns desequilíbrios como medo exagerado, raiva, tristeza, ansiedade e desespero", elenca. O tratamento é feito por via oral e dura cerca de cinco meses, dependendo da situação de cada um. Os profissionais do setor também aderiram à prática. A técnica de enfermagem Maricesar Costa, está se tratando com florais há quatro meses para minimizar os efeitos da ansiedade. "A ansiedade me atrapalhava muito. Com os florais estou me sentindo bem melhor". conta.

A terapia floral foi criada pelo médico Edward Bach, na Inglaterra, em meados de 1930. É uma prática complementar integrativa que utiliza o princípio vibracional das flores silvestres onde o extrato de cada uma atua no indivíduo proporcionando qualidade necessária para promover o equilíbrio integral. A terapia parte do princípio de que o indivíduo adoece de forma integral em que os sinais e sintomas são sentidos nas esferas física, emocional e mental.

Projeto - O Departamento de Enfermagem da UFPE colocará em prática, em março, o projeto Práticas Integrativas e Complementares em Enfermagem (Pece). O objetivo é oferecer o serviço aos interessados em utilizar a terapia floral como instrumento terapêutico.

Resultados alcançados (relatos de pacientes)

Diminuição da percepção da dor

Tranquilidade interior

Bom sono

Melhoria da autoestima

Disposição no dia a dia

Diminuição dos efeitos desagradáveis da quimioterapia

Retorno à convivência familiar e social

Redução do quadro de ansiedade

Fonte: Saindo da Matrix

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Gengibre alivia dor após exercício

Gengibre pode ajudar a reduzir dores musculares, aponta estudo



Conhecido principalmente por ajudar a tratar dores de garganta, gripes e resfriados, o gengibre pode ser eficaz também em amenizar dores musculares após exercícios pesados, segundo pesquisa americana recentemente publicada na revista científica Journal of Pain Results.

Avaliando cerca de 70 voluntários, pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos EUA, descobriram que o uso de gengibre por 11 dias consecutivos pode reduzir significativamente as dores musculares induzidas por 18 exercícios. As análises mostraram que suplementos diários com dois gramas de gengibre cru ou tratado com calor podem reduzir de 23% a 25% as dores causadas pela musculação.

De acordo com os autores, a planta têm propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, e esse potencial deve ser mais explorado pela medicina tradicional. “Os custos econômicos e pessoais da dor são extremamente altos”, escreveu o pesquisador Patrick O'Connor. “Qualquer coisa que possa, realmente, amenizar esse tipo de dor (induzida por exercícios) será altamente bem vinda por muitas pessoas que sofrem dela”, concluiu o especialista.

Dicas de Nutrição para Parar de Fumar

Parabéns a você que decidiu parar de fumar!

Não é preciso nem falar das mais ou menos 4.000 substâncias nocivas à saúde que existem no cigarro, e do quanto é difícil parar de fumar, mas não é impossível!

Muitas pessoas já venceram essa importante batalha e hoje se encontram, e se sentem de fato, mais saudáveis.Com o processo de abandono do tabagismo pode ocorrer o ganho de peso, embora algumas pessoas não alterem o peso e conheço outras que até emagreceram.De qualquer maneira a questão do peso não deve ser usada como desculpa para a pessoa não parar de fumar.

Conforme há a cessação do tabagismo a pessoa recupera o paladar, existe a tendência da pessoa “descontar” o nervosismo, que antes ia para o cigarro, para a alimentação.Por isso, escrevi algumas dicas de como cuidar da alimentação diária para evitar o ganho excessivo de peso:

-Fracione a alimentação em 6 refeições: café da manhã, almoço, jantar e os lanches de intervalo (manhã, tarde e noite): comer mais vezes ao dia com quantidade controlada dos alimentos;
-Coma devagar mastigando bem os alimentos para saboreá-los de verdade, facilitar a digestão e dar a sensação de saciedade de forma mais precoce;
- Realize as refeições a cada 3 ou 4 horas;
-Use carnes magras sem gordura aparente (remova-a antes do preparo): bovina, frango, peru ou peixe;
-Opte por leite e derivados magros/desnatados;
-Reforce a dieta com verduras e legumes (faça palitos de cenoura crua, pepino, erva doce, pois ajudam a disfarçar a falta da manipulação do cigarro e tem valor calórico baixo);
-Coma as frutas com calma: gomo por gomo, pedaço por pedaço...
-Escolha os cereais (arroz, trigo, centeio ou milho), farinhas, pães, bolachas, torradas, de preferência os integrais, pois contem mais fibras quem também auxiliam no alcance da saciedade;
-Não se esqueça das leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico ou soja).Prefira manter os grãos inteiros por causas das fibras, mas sem acrescentar bacon, linguiça, paio...
- Utilize óleo vegetal para preparar os alimentos, mas evite de fazer frituras, por serem mais calóricas;
-Tome água ao longo do dia para hidratar o corpo, e se usar chá, não adoce com açúcar ou mel para evitar calorias extras. Cuidado com o café que é um “gatilho” para fumar;
-Tenha cautela com o álcool, pois também é um “gatilho” para fumar. Prefira os sucos naturais ou chás mais suaves como o de camomila, erva doce, melissa (com adoçante), refrigerantes diet, light ou zero (com moderação);
-Assim que realizar a refeição saia da mesa e já escove bem os dentes. Cuidado com as refeições intermináveis!
-Caso esteja nervoso (a) ou ansioso (a) não é a melhor hora para se alimentar. Tente se acalmar primeiro e depois sente para comer;
-Não troque o cigarro pela compulsão alimentar. Quando perceber que está “atacando” a geladeira ou a despensa, procure ler, fazer um trabalho manual, dar uma volta, escutar uma música relaxante, meditar, mas não desconte o nervoso, ansiedade, tristeza ou frustração nos alimentos, pois eles não tem culpa de nada. Se de todo não conseguir se controlar coma uma fruta ou pegue os palitinhos de legumes, tome água, chupe gelo ou coloque um cravo na boca!
-Cuidado com bala e chiclete com açúcar, bolacha doce recheada, salgadinhos em geral, chocolates, ou seja, produtos que a pessoa fica com o pote ou o pacote na mão e vai comendo, comendo, e quando percebe foi o pote ou o pacote inteiro e junto com eles as calorias extras!

Espero ter ajudado você com algumas estratégias para que consiga vencer essa importante batalha!
Boa sorte!

Autora: Adriana Ávila - Nutricionista.

Fonte:Dicas de Nutrição.

Alimentação Saudável na Gravidez

Uma alimentação saúdável é fundamental tanto para gestante quanto para o feto.O ganho excessivo de peso na gravidez não só torna mais difícil perder o excedente após o nascimento, como também aumenta os riscos da mãe desenvolver diabetes gestacional, sofrer um aumento na pressão arterial, inclusive com o risco de pré-eclampsia.

O percentual de cesarianas e infecções após o parto também aumentam.Para o bebê, o excesso de ganho de peso da mãe aumenta o risco de defeitos de tubo neural (mal formações congênitas), trauma ao nascimento e morte fetal.

Mulheres com peso normal devem ganhar entre 11 e 16 kg durante os 9 meses de gravidez; mulheres acima do peso, de 7 a 11 kg; mulheres abaixo do peso, entre 12 e 18 kg. Uma grávida de gêmeos pode ganhar um pouco mais de peso, sempre com orientação médica.

Como deve ser uma dieta saudável para as grávidas?

A dieta saudável de uma grávida segue os mesmos princípios básicos da dieta de um adulto normal. Ela necessita de apenas mais 300 calorias6 por dia para nutrir adequadamente o bebê que está carregando, desde que venham de alimentos nutritivos. Então o cardápio deve ter:

-Grãos integrais - arroz integral, pão integral, macarrão integral, granola ou aveia integral: 6 a 11 porções por dia.

-Derivados do leite - leite desnatado, iogurte ou queijo: 3 a 4 porções por dia.

-Proteínas - carne vermelha, frango, peixe, feijão, soja, nozes ou ovos: 3 porções por dia.

-Vegetais - brócolis, cenoura, vagem, tomate, couve-flor ou beterraba: 3 a 5 porções por dia.

-Frutas - laranja, banana, pêra, mamão, melão, melancia, uva, manga ou maçã: 2 a 4 porções por dia.

Alimentos que devem ser evitados durante a gravidez:

-Peixe cru e moluscos, possível fonte do parasita8 Toxoplasma que pode causar cegueira e dano cerebral fetal.

-Peixes predatórios grandes, como peixe-espada, tubarão, cavala e atum branco (fresco ou enlatado), que pode conter níveis arriscados de mercúrio.O Departamento de Alimentos e Drogas diz para limitar o atum (branco) para 200g por semana, mas é aceitável comer até 400g de atum light, camarão, salmão, badejo e bagre.

-Carne, frango e frutos do mar crus ou mal passados: o ideal é usar um termômetro de carne e cozinhar o porco e a carne moída a 160 graus; bife, vitela e carneiro a 145; frango inteiro a 180 graus e peito de frango a 170 graus.

-Leite não pasteurizado e queijos pastosos - feta, brie, Camembert, Roquefort, queijo branco e queijo fresco, a não ser que o rótulo diga "feito com leite pasteurizado". Eles podem estar contaminados com a bactéria9 Listeria, que pode provocar aborto, parto prematuro, bebê natimorto ou doença fatal ao recém-nascido.

-Salsichas e frios, a não ser que sejam cozidos antes da ingestão, pois podem ter sido contaminados por Listeria depois do processamento.

-Patês, pastinhas de carne e frutos do mar defumados (a não ser cozidos antes da ingestão). Versões enlatadas são mais seguras.

-Ovos mexidos moles e alimentos como molhos feitos de ovos crus ou pouco cozidos. Cozinhe os ovos até que a clara e a gema estejam firmes, para evitar contaminação por Salmonella.

-Brotos crus, inclusive alfafa, trevo, rabanete e feijão-mungo.

-Chás de ervas e suplementos, pois sua segurança na gravidez não foi estudada. Alguns, como o remidamim ou grandes quantidades de camomila, podem aumentar o risco de aborto ou de parto prematuro.

-O álcool pode causar dano fetal, inclusive retardo mental e comportamento anormal. Apesar de um drinque ocasional não impor risco, nenhuma quantidade segura foi estabelecida.

-Evitar a ingestão de mais de 2 xícaras de café por dia.

Fonte:March of Dimes.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desinfetar mãos com álcool gel é pouco eficiente contra H1N1

FONTE: Folha On Line
DA FRANCE PRESSE

Lavar as mãos com álcool gel, uma medida preventiva muito popular durante a pandemia de gripe H1N1 em 2009, não aumenta a proteção contra o vírus, afirma estudo divulgado neste domingo em uma conferência médica nos Estados Unidos.

"Um desinfetante de mãos à base de álcool não reduz de forma significativa a frequência das infecções por rinovírus (responsáveis pelo resfriado, entre outros) ou o vírus da gripe", afirmam os autores do trabalho.

O estudo foi apresentado em Boston (nordeste), na conferência intercientífica sobre agentes antimicrobianos e quimioterapia (Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy), que reúne em torno de 12 mil especialistas em doenças infecciosas até 15 de setembro.

O trabalho foi dirigido por Ronald Turner, da Universidade de Virgínia (leste) e financiada pela Dial Corporation, uma empresa de produtos de higiene e cuidado do lar, filial do grupo alemão Henkel.

"Os resultados deste estudo sugerem que a transmissão pelas mãos é talvez menos importante para a propagação do rinovírus do que se acreditava", afirmam os autores.

Os cientistas concluíram que 12 de cada 100 participantes do grupo que lavou regularmente as mãos com álcool gel foram contaminados com o vírus da gripe H1N1, enquanto que no grupo que não usou nenhum desinfetante, 15 de cada 100 contraíram a doença.

Fitoterápicos sem registros

Policiais civis da 1ª Delegacia de Saúde Pública do DPPC (Departamento de Polícia e Proteção à Cidadania) apreenderam nesta segunda-feira cerca de 1.000 produtos fitoterápicos irregulares do centro de São Paulo.

Após uma investigação que durou 15 dias, os policiais descobriram que um estabelecimento autorizado a vender alimentos na rua da Glória vendia na verdade produtos fitoterápicos com alegada finalidade medicinal.

Segundo o delegado Marcelo Jacobucci, a farmacêutica indicada nos rótulos como responsável pelos produtos tinha o número de inscrição no CRF (Conselho Regional de Farmácia) inativo. Além disso, o selo obrigatório do SIF (Serviço de Inspeção Federal), do Ministério da Agricultura, tinha número falso.

O delegado informou que os produtos apreendidos prometiam curar doenças que iam de artrite a Aids. "Eram soluções miraculosas, pra saúde física e espiritual, um mix de recomendações que não são comprovadas", disse. Os produtos não possuem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a venda.

De acordo com o delegado, o proprietário do estabelecimento, Aladio Silva Pereira, 31 --preso em flagrante--, alegou que comprava as substâncias de uma empresa de Sorocaba. A polícia investigou que a suposta fornecedora está fechada há dois anos.

Foram encontradas várias embalagens e rótulos no local, o que comprova, segundo o delegado, que, além de vender falsos medicamentos há cerca de um ano e meio, Pereira embalava e rotulava produtos na loja.

De acordo com as investigações, o estabelecimento vendia os produtos diretamente ao consumidor, por valores entre R$ 30 e R$ 35, e também os fornecia para outras lojas.

Pereira foi preso em flagrante por crime contra a saúde pública, classificado como hediondo, que é inafiançável e tem pena de 10 a 15 anos de prisão. Ele também será acusado pelo crime de falsificação de selo, com pena de 2 a 6 anos.

Segundo o delegado, os órgãos responsáveis serão oficiados para que a interdição do estabelecimento. A Folha entrou em contato com a defesa de Pereira e a sua versão será incluída nesta matéria assim que recebida.

Fonte: Folha on line

Enjoos, sobrepeso e inchaço na gravidez? Acupuntura e chás

por Jou Eel Jia


Na gravidez ocorrem várias alterações de ordem fisiológica, orgânica, energética e emocional. A acupuntura possui ação eficiente sobre tais sintomas.

O Prof. Dr. João Bosco Guerreiro da Silva (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) realizou estudos que comprovam isso.

A acupuntura trabalha os pontos meridianos (pontos de energia do organismo) para adaptar o organismo da grávida a essa nova situação.

Fazendo acupuntura melhora-se o estado físico geral, psíquico e emocional trabalhando sobre uma série de alterações metabólicas desse período, regulando hormônios, sistema digestivo, taxa de açúcar, colesterol, ácido úrico,etc.

Mas a acupuntura vai além disso, pois as alterações fisiológicas também agem sobre o feto, se a mãe estiver bem, o feto também fica bem.

Enjoo, inchaço e ganho de peso

No primeiro trimestre a gestante costuma ter enjoos e sessões de acupuntura podem sanar o problema.

A partir do sexto mês, devido à retenção de líquidos no organismo, a gestante começa a inchar. Para liberar esse líquido retido, bem como as toxinas acumuladas no organismo, recomenda-se chá de cavalinha, de cana do brejo e de cabelo de milho.

A mulher costuma engordar durante a gravidez, isso acontece por causa das alterações metabólicas e da ansiedade. Mais uma vez se faz presente aí a eficácia da acupuntura devido à sua atuação sobre o corpo e o estado psíquico.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tai chi chuan alivia sintomas da fibromialgia, diz estudo

DA ASSOCIATED PRESS

A prática do tai chi chuan alivia dores nas articulações e outros sintomas da fibromialgia, segundo um pequeno estudo sobre o antigo exercício chinês. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine, na quinta-feira (19).

A atividade combina meditação com movimentos lentos, suaves, respiração profunda e relaxamento. Pode melhorar a força muscular, o equilíbrio, o sono, a coordenação e, de acordo com evidências, a fibromialgia.

Os sintomas da doença incluem dor no corpo, fadiga e pontos sensíveis nas articulações, músculos e outros tecidos leves. O problema é mais comum em mulheres de meia-idade e sua causa ainda é desconhecida.

Por causa da falta de sinais evidentes e testes definitivos, alguns médicos questionam se o problema é físico ou psicológico.

O estudo liderado por Wang Chenchen, da Tufts University School of Medicine, em Boston, envolveu 66 pacientes com fibromialgia que experimentaram o tai chi chuan ou exercícios de bem-estar e alongamento duas vezes por semana, durante 12 semanas.

Os sintomas melhoraram de forma significativa para o grupo de tai chi chuan e pouco para os outros. Os pesquisadores notaram melhorias na dor, humor, qualidade de vida, sono e capacidade de exercício, que se mantiveram por 24 semanas após o início do estudo.

Em um editorial, dois médicos e um especialista em medicina oriental do Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston, classificaram os resultados como "provocativos" e "impressionantes", mas disseram que ainda não está claro se benefício se deve a um efeito placebo. De acordo com os médicos, os resultados precisam ser repetidos em um estudo maior.

O principal patrocinador do estudo foi o Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa, do governo dos EUA. Diversos autores recebem verbas federais para a investigações sobre corpo e mente e tem vínculo financeiro com empresas que produzem medicamentos para tratar a fibromialgia.

FONTE: Folha On Line

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Encanto da Musicoterapia

por KAREN SCHROCK

Novas pesquisas explicam o poder dos sons sobre o que sentimos e os benefícios para o bem-estar físico e mental; entre seus efeitosestão o favorecimento da coesão social e de conexões empáticasentre os membros de um grupo

Passei alguns dos momentos mais emocionantes de minha vida conectada à música. Na faculdade, meus olhos frequentemente se enchiam d’água durante os ensaios do coral duas vezes por semana. Eu me sentia relaxada e em paz, mas, ainda assim, excitada e alegre e, ocasionalmente, a emoção era tanta que sentia uma espécie de arrepio. E me sentia ligada aos meus companheiros de música de uma maneira que não acontecia com amigos que não cantavam comigo. Frequentemente, eu me questionava por que sons melodiosos desencadeavam tais sentimentos e sensações. Filósofos e biólogos têm feito essa mesma pergunta por séculos, considerando que os humanos são atraídos de forma universal para a música. Ela nos consola, anima, marca momentos especiais e favorece a criação de laços – mesmo não sendo necessária para a sobrevivência ou a reprodução.

Cientistas já concluíram que a influência da música pode ser um evento casual, que surge de sua capacidade de mobilizar sistemas do cérebro que foram constituídos com outros objetivos – como dar conta da linguagem, da emoção e do movimento. Em seu livro Como a mente funciona (Companhia das Letras, 1998), o psicólogo Steven Pinker, da Universidade Harvard, compara a música a uma “guloseima auditiva”, feita para “pinicar” áreas cerebrais envolvidas em funções importantes. Mas, como resultado desse acaso, os sons harmoniosos oferecem um novo sistema de comunicação, com base mais em percepções sutis que em significados. Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que a música conduz certas emoções de forma consistente: o que sentimos ao ouvir algumas canções e melodias é bastante similar ao que todas as outras pessoas na mesma sala sentem.

Evidências também indicam que a música faz aflorar respostas previsíveis em pessoas de culturas diversas, com capacidades intelectuais e sensoriais variadas. Até mesmo recém-nascidos e adultos com cognição prejudicada apreciam a musicalidade. “A música parece ser a forma mais direta de comunicação emocional, uma parte importante da vida humana, como a linguagem e os gestos”, afirma o neurologista Oliver Sacks, da Universidade Colúmbia, autor de Alucinações musicais – Relatos sobre a música e o cérebro (Companhia das Letras, 2007) e Musicofilia (Relógio D’água, 2008). Tais comunicações fornecem um meio para as pessoas se conectar emocionalmente e, assim, reforçar os vínculos que são a base da formação das sociedades humanas – o que certamente favorece a sobrevivência. Ritmos podem facilitar interações sociais, como marchar ou dançar juntos, solidificando relações. Além disso, os tons nos afetam individualmente manipulando nosso humor e, até mesmo, a psicologia humana de forma mais efetiva do que palavras – para excitar, energizar, acalmar ou promover a boa forma física.
Gramática emocional

Desde a década de 50, muitos psicólogos tentaram explicar o poder da música, comparando a apreciação musical com a fala. Afinal, tanto para o entendimento da música quanto do discurso é necessária a capacidade de detectar sons, em seu nível mais primitivo. O córtex cerebral auditivo é reconhecido hoje como responsável pelo processamento dos elementos musicais mais básicos como a altura (frequência de uma nota) e volume; as áreas auditivas secundárias vizinhas digerem padrões musicais mais complexos, como harmonia e ritmo.Além disso, tanto a música quanto a linguagem contêm uma gramática que as organiza em componentes menores, como palavras e acordes, frases feitas de prosódia (a linha melodiosa da fala), tensão e resolução. De fato, a música excita regiões cerebrais responsáveis pelo entendimento e pela produção da linguagem, incluindo a área de Broca e a de Wernicke, ambas localizadas no hemisfério esquerdo, na superfície do cérebro. (Embora a maioria das pessoas processe a linguagem principalmente no hemisfério esquerdo, mas codifique aspectos da musicalidade em regiões análogas no direito.) Sendo assim, a sintaxe musical – a ordem de acordes numa frase, por exemplo – poderia levar ao aparecimento de mecanismos ligados à organização e ao entendimento da gramática. Mas os tons recrutam outros sistemas cerebrais – principalmente os que governam as emoções como medo, alegria e tristeza. Por exemplo, danos à amígdala prejudicam a capacidade de sentir temor e tristeza em resposta à música. “Há uma grande possibilidade de que a música seja simplesmente um efeito colateral de sistemas que evoluíram por outros motivos”, diz o cientista auditivo Josh McDermott, da Universidade de Nova York. A ativação simultânea que a música causa em diversos circuitos neurais parece produzir efeitos notáveis. Em vez de facilitar um diálogo amplamente semântico, como faz a linguagem, a melodia media a comunicação emotiva. Quando um compositor escreve uma lamentação, ou pancadas com ritmo empolgante, revela não só seu estado emocional, mas faz com que os ouvintes sintam o mesmo. Diversas pesquisas indicam que a música conduz a emoção pretendida para aqueles que a escutam.

No final dos anos 90, a neurocientista Isabelle Peretz e seus colegas da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriram que ouvintes do Ocidente concordam, universalmente, sobre o fato de uma música que usa elementos tônicos ocidentais ser alegre, triste, assustadora ou tranquilizante.O conteúdo emocional da música pode ser culturalmente transparente. No ano passado, o neurocientista Tom Fritz, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, em Lípsia, Alemanha, e seus colegas expuseram membros do grupo étnico Mafa, de Camarões, que nunca haviam ouvido música ocidental, a trechos de peças clássicas de piano. Os pesquisadores descobriram que os adultos que apreciaram essas obras identificavam-nas como animadas, melancólicas ou capazes de causar medo, da mesma maneira que os ocidentais fariam. Logo, a capacidade de uma música de transmitir determinada emoção particular não depende, necessariamente, de uma base cultural. A língua musical também pode transcender barreiras de comunicação mais fundamentais. Em estudos conduzidos na última década, a psicóloga cognitiva Pam Heaton, da Universidade de Londres, no Reino Unido, tocou musicas para crianças autistas e não autistas, comparando aquelas com habilidades linguísticas semelhantes. Os pesquisadores que participavam da equipe coordenada por Heaton pediram às crianças para fazer associações entre música e emoções.

Nos estudos iniciais, as crianças deveriam simplesmente escolher entre alegre e triste. Em estudos posteriores foi introduzida uma gama de emoções complexas, como triunfo, contentamento e raiva. Os cientistas descobriram então que a capacidade das crianças de identificar esses sentimentos independia de seu diagnóstico. Autistas ou não, com habilidades lingüísticas semelhantes, foram igualmente bem, indicando que a música pode conduzir consistentemente sentimentos, até mesmo em pessoas com a habilidade severamente comprometida para lidar com pistas socioemocionais, como expressões faciais, por exemplo.
Recentemente, em um experimento bastante interessante, o pesquisador Roberto Bresin e seus colegas, do Instituto Real de Tecnologia, em Estocolmo, na Suécia, confirmaram a ideia de que a música é uma linguagem universal. Em vez de pedir aos voluntários para fazer julgamentos subjetivos sobre uma canção, solicitaram que manipulassem a música – em particular seu tempo, volume e frases – para enfatizar uma dada emoção. Para as peças alegres, por exemplo, o participante deveria ajustar a escala, de forma que soasse o mais feliz possível; depois, o mais triste, assustadora, tranquilizadora e por fim, neutra. Os cientistas descobriram que todos os voluntários – especialistas em música e, em outro estudo similar, crianças de 7 anos – alteravam da mesma forma o tempo, para arrancar de cada música a emoção pretendida. Essa descoberta, que Bresin apresentou em 2008 na III Conferência de Neuromúsica em Montreal, no Canadá, dá a ideia de que a música contém informações que deflagram resposta emocional específica no cérebro, independentemente da personalidade, gosto ou treinamento. Ou seja: a música pode de fato constituir uma forma única de comunicação. A capacidade que a música tem de conduzir sentimentos pode ser a base de um dos seus maiores benefícios. Na maioria das culturas, cantar, tocar, dançar e acompanhar as apresentações é quase sempre um evento comunitário. Mesmo em sociedades ocidentais que, de maneira única, diferenciam os músicos dos ouvintes, as pessoas entoam hinos em rituais religiosos, dançam em festas e boates, embalam os filhos ao som de cantigas de ninar, participam de corais e desde cedo as crianças aprendem a cantarolar Parabéns a você nos aniversários. A popularidade de tais rituais sugere que a música confere coesão social, talvez por criar conexões empáticas entre os membros de um grupo.

Estudos mostram também que quando as pessoas ouvem música, as regiões motoras do cérebro se ativam – provavelmente com o propósito de processar o ritmo. Esse processo inclui regiões pré-motoras, que preparam uma pessoa para a ação, e o cerebelo, que coordena o movimento físico. Alguns pesquisadores acreditam que parte do poder musical é resultado de sua tendência a sincronizar e ecoar nossas ações. “Com os equipamentos disponíveis hoje já é possível enxergar como ritmo e ação ressoam no sistema nervoso; todo som é produzido por movimento, quando você ouve qualquer som algo está sendo movido”, diz o neuropsicólogo Robert Zatorre, da Universidade McGill. De fato, há um passo muito pequeno entre o andar, o respirar e as batidas do coração – sons ritmados naturais, não intrinsecamente musicais – e manter propositalmente um intervalo ou caminhar na mesma velocidade que outra pessoa. “Quando escutamos um padrão, inconscientemente organizamos os músculos para reproduzi-lo. Dessa maneira, o ritmo também pode funcionar como uma ‘cola social’ que favorece a ligação física”, afirma Zatorre.

O SOM DA CURA

A idéia de que a música pode promover uma união não verbal ganhou apoio adicional de um estudo de 2008, feito pelos neurocientistas Nikolaus Steinbeis, do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências Cerebrais, e Stefan Koelsch, da Universidade de Sussex, na Inglaterra. Eles usaram ressonância magnética funcional para mostrar que determinada área do cérebro respondia a acordes, mas não a palavras, em um teste no qual os voluntários escutavam ambos. A região responsiva era o sulco temporal superior: uma parte da superfície cerebral, perto dos ouvidos, que responde a pistas sociais não verbais – como movimentos corporais e olhares. A ativação dessa região indica que a música pode ajudar a forjar laços sociais. Qualquer que seja sua origem, tal coesão é extremamente valiosa para animais comunitários, como nós, e por isso traços que aumentam tal unidade tendem a persistir ao longo das gerações.
A base de nossas impressões conscientes a respeito de um tom são os efeitos fisiológicos. Estudos mostram que a música alegre, tensa ou empolgante pode excitar fisicamente o ouvinte, desencadeando resposta de luta e fuga: as taxas cardíacas e respiratórias aumentam, a pessoa pode suar e a adrenalina penetra na corrente sanguínea. Esse efeito explica por que tantas pessoas gostam de ouvir rock ou hip-hop enquanto fazem ginástica – a música instiga respostas do sistema fisiológico para a execução de movimentos de alta energia. O efeito psicológico também é importante: a distração torna o exercício mais divertido. De forma geral, melodias energizantes tendem a melhorar o humor, nos deixando mais despertos quando estamos cansados e criando sensação de empolgação.

Por outro lado, a música pode acalmar, reduzindo os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, na corrente sanguínea, baixando as taxas cardíacas e respiratórias e aliviando a dor. Um exemplo clássico de redução de ansiedade: uma mãe acalentando seu bebê com uma canção. Estudos clínicos também revelam que a música é uma poderosa ferramenta para relaxar os pacientes que sofrerão uma cirurgia, ajuda a controlar a dores e a amenizar a agitação de crianças e pessoas com demência. Em 2000, a enfermeira Linda A. Gerdner, pesquisadora de temas ligados a gerontologia na Universidade do Arkansas para Ciências Médicas, apresentou a 39 pacientes severamente atingidos pelo Alzheimer a música de que gostavam, duas vezes por semana, durante um mês e meio. A canção favorita reduziu os níveis de agitação dos pacientes durante e após a sessão muito mais que as clássicas músicas de relaxamento. Neurocientistas também constataram que ouvir uma música muito apreciada pode reduzir a dor – e esse efeito analgésico persiste por algum tempo quando a música para. E, claro, intuitivamente, as pessoas se automedicam com música o tempo todo. É comum que as pessoas as usem com o propósito de melhorar ou alterar o estado emocional. Cientistas se perguntam se, dada a indiscutível atração humana pela música, seu processamento poderia ter uma raiz única no cérebro, além da “carona” que pega em outros sistemas. A literatura médica registra diversos danos que prejudicaram a capacidade de uma pessoa sentir emoções inspiradas pela música, mas não por outros estímulos. Lawrence Freedman, um amigo de Sacks, por exemplo, perdeu sua paixão por música clássica depois de uma concussão em um acidente de bicicleta. Freedman ainda podia reconhecer os clássicos que costumava adorar e ainda se sentia emocionado por artes visuais e outras experiências, mas a música já não lhe dava prazer algum. Possivelmente, o acidente danificou uma parte do cérebro dedicada especificamente ao entusiasmo por essas formas de expressão, embora ninguém saiba exatamente que área cerebral é essa.

Outros pesquisadores discutem que a música tem origens independentes porque a capacidade de apreciá-la parece já estar definida no nascimento. Vários estudos mostram que muitos bebês prestam rapidamente atenção a canções e parecem preferi-las à fala. Em trabalhos publicados em julho de 2008 na Nature Precedings, as neurocientistas Maria Cristina Saccuman e Daniela Perani, da Universidade Vita-Salute San Raffaele, na Itália, mostraram que a música ativa regiões no cérebro de recém-nascidos de forma semelhante ao que acontece com ouvintes de outras idades. Elas usaram ressonância magnética funcional (RMf) para ver como o cérebro de crianças com 3 dias de vida respondia a música clássica e encontraram um padrão que espelhava o processamento em adultos: o sistema auditivo do hemisfério direito dos pequenos respondia mais fortemente que o esquerdo. Os pesquisadores também alteraram a música, cortando uma parte da peça e pulando para outra nota ou tocando todo o segmento só com batidas.

As passagens mais estridentes ativavam o córtex inferior frontal esquerdo dos recém-nascidos, uma área implicada no processamento da sintaxe musical em adultos, e o sistema límbico, responsável pelas respostas emocionais –assim como ocorre nas pessoas mais velhas, o que levou a uma conclusão: o cérebro parece nascer pronto para processar música. Acredita-se que essa prontidão inata esteja ligada à forma melódica peculiar que adultos usam para falar com bebês. A adoção universal desse recurso levou alguns especialistas a especular que esse pode constituir um momento inicial original tanto para música quanto para linguagem. Especialistas como o arqueólogo cognitivo Steven Mithen, da Universidade de Reading, na Inglaterra, teorizam que a linguagem e a música evoluíram a partir de uma protolinguagem musical usada por nossos ancestrais. Estruturas de cordas vocais de neandertais e outros hominídeos extintos sugerem que eles poderiam cantar. E eles certamente tocavam instrumentos, pois pesquisadores recuperaram flautas pré-históricas feitas de ossos. Talvez nunca saibamos por que a música existe. Ainda assim podemos usá-la para nos animar ou acalmar, amenizar dores e ansiedade ou formar vínculos. Como escreveu Sacks, talvez a música seja o que temos mais próximo da telepatia.

Fonte: www.phatae.com